top of page
Buscar

Educar, mas para quê?

  • Foto do escritor: Janaina Canova
    Janaina Canova
  • 8 de set. de 2021
  • 2 min de leitura

Com as novas profissões, tecnologias e mudanças no mundo, educar está cada vez mais complexo


Vivemos pela primeira vez na história um momento no qual não sabemos para que devemos formar nossos filhos.

Nas sociedades artesãs do século XVI, pais sapateiros formavam filhos sapateiros e, somente após muitos anos de prática, dizia-se que o filho havia chegado no mesmo nível de excelência do pai. Donas de casa, criavam filhas que sabiam exatamente o que se esperaria delas quando seu momento chegasse: delicadeza, educação à mesa, gestação de filhos fortes e saudáveis, costura, bordado, culinária… Haveria sempre como referência a excelente dona de casa que sua mãe havia sido.


Não sei se era mais fácil, mas sei que era mais simples (ao menos para os pais e mãe).

Mais alguns séculos e surgiu o mundo fabril. Escolas com crianças enfileiradas, aprendendo as mesmas coisas, ao mesmo tempo e as principais delas: obediência e disciplina para enfrentar longas jornadas de trabalho repetitivo e pouco reflexivo. Sair de uma camada social para outra, era algo praticamente impensável, portanto pais e mães tinham uma meta clara na formação de seus filhos: seja honesto, seja trabalhador, seja dedicado, tenha um bom emprego, crie uma família e repita esse processo da melhor forma que puder.


Mas eis que no século XXI, com suas mudanças exponenciais, com as incertezas sobre o futuro da humanidade no mercado de trabalho, com a escassez de recursos e o excesso de população, surge uma nova preocupação para esses pais e mães: como criar meu filho para uma sociedade que exigirá dele habilidades que eu não tenho, e que nem mesmo sei quais serão?

A resposta mais imediata: temos que criar seres humanos melhores, mais preparados e capacitados do que nós fomos (e somos).

Preventivamente e pelo receio de serem deixadas para trás, um sem número de escolas começou a lançar mão de slogans como: preparamos seu filho para o século XXI, ensinaremos por meio de habilidades e competências que atenderão o exigente mercado que surgirá em alguns anos (10? 15? 50?). Mas como? Como formar alguém para aquilo que você apenas vislumbra vir a ser? Como ensinar o que você não aprendeu?


Assim nos tornamos exigentes e cobradores. E cobrar é a forma mais violenta de educar crianças, que na maioria das vezes, nem entendem o que está sendo exigido delas. Com a cobrança vem a comparação, vem a linguagem violenta ao impor seus desejos e necessidade a outro ser humano. Vem a crença de que pais e mãe somente serão felizes se o filho atingir os altos níveis de exigência impostos, vem o sentimento de menos valia, de desrespeito pelos meus sentimentos e minhas necessidades.


Nós vivemos no mundo atual e provavelmente estaremos vivos daqui a 10, 20, 50 anos. Não deveríamos então, estar ocupados em nos preparar para aquilo nos preocupa e assim, novamente sermos modelos para as crianças, exemplo de pessoas que atingiram as habilidades e competências necessárias para esse mundo futuro?

Eles são o presente e o futuro e nós igualmente.

Talvez essa seja a única maneira de evitar que nossas palavras continuem falando tão mais alto do que nossas ações.




 
 
 

Kommentarer


Receba informações sobre novos assuntos

Obrigado pelo envio!

© 2021 por Janaina Canova

@janainacanova_oep

janaina_canova@hotmail.com

Tel: +5411 98181-2721

bottom of page